A saúde mental dos colaboradores e a produtividade das empresas

O empreendedor focado em tornar o seu negócio bem-sucedido e de alta performance, focaliza todos os seus esforços e sua criatividade na resolução de problemas ligados a gestão financeira e otimização de processos.

O que de forma alguma é um erro, afinal são dois pilares fundamentais para a produtividade da empresa.

Porém, as empresas que compreendem e promovem ações de educação financeira e automaticamente o combate ao endividamento dos seus colaboradores aumentam ainda mais as chances de elevar os níveis de produtividade, melhorando a saúde mental e o engajamento entre as equipes.

Além claro, dessa compreensão ser notada pelos seus colaboradores impactando de forma direta na atração e retenção de grandes talentos para a companhia.

Portanto, tal atitude ajuda na construção de uma marca responsável, humanizada e conectada ao mundo real.

Antes de abordarmos sobre 2 soluções práticas para o endividamento dos colaboradores, vamos compreender um pouco melhor sobre o assunto:

No Brasil, infelizmente três em cada quatro famílias estão endividadas. De acordo com um último levantamento feito pela Confederação Nacional do Comércios, Bens, Serviços e Turismo (CNC), disponibilizado no mês onze (novembro), o número de famílias endividadas é o maior em quase 12 anos no país.

E a falta de informação e a má gestão dos próprios recursos, isto é, a falta de controle, de poupança e investimento, não é a causa única deste problema. Infelizmente os efeitos econômicos da pandemia ainda refletem no dia a dia da população.

E dados para comprovar é o que não faltam. Recentemente, a agência de classificação de risco Austing Rating constatou que o Brasil é detentor do título de 4ª maior taxa de desemprego do mundo.

Outra pesquisa da Creditas, que se comprometeu a ouvir os colaboradores pela CLT, concluiu que a vida financeira piorou para 44% dos entrevistados desde o surgimento do coronavírus.

Para conseguir lidar com a situação, eles reduziram e cortaram gastos, mas ainda sofreram com reduções de benefícios oferecidos pelas empresas em que atuam.

E como sabemos, na hora do desespero, a falta de opção e conhecimento leva as pessoas a fazerem escolhas a curto prazo sem se quer considerar as consequências.

Logo, muitos optaram por crédito com juros abusivos, como o do cartão de crédito de 343,6 % ao ano (em outubro) e o cheque especial de 128% – o que acabou criando uma bola de neve em dívidas.

E para completar, como se já não fosse o bastante, a falta de dinheiro impacta diretamente na saúde mental. Baseado em um estudo conduzido pela Creditas no ano de 2021:

• 39% dos trabalhadores entrevistados relataram ter insônia por causa de contas bancárias;
• 27% afirmam que as dívidas afetam a sua autoestima, e;
• 10% declararam que a falta de crédito tem participação na falta de sucesso profissional.

“Essa preocupação contribui para a baixa produtividade, a desmotivação e a falta de bem-estar, além de aumentar o turnover” – Sales.

De acordo com a fintech Creditas, o prejuízo médio anual causado pela falta de produtividade do colaborador endividado corresponde a R$ 3024,98.

Portanto, oferecer programas de fomento à educação financeira, além de benefícios múltiplos, como antecipação salarial etc., é uma tratativa inteligente por parte da empresa visando o curto, médio e longo prazo.

Dito isso, vamos agora para as soluções que podem ser aplicadas na gestão da sua empresa – Siga para o próximo tópico.

Como você pôde notar, a produtividade da equipe vai além de um ambiente de trabalho seguro e confortável, processos simplificados e tecnológicos e de toda gestão interna.

Para isso é preciso olhar de forma mais atenta e cuidadosa, tentando entender um pouco mais sobre a vida pessoal dos colaboradores e participar dela de forma amigável e compreensiva, mas não deixando de visar os interesses da empresa.

Sabendo disso, veja duas soluções práticas para esse problema:

Uma das ações que podem ser implementadas é a criação de um sistema educativo financeiro a fim de orientar os colaboradores na distribuição do seu próprio capital.

A criação desse sistema será de grande ajuda preventiva, ou seja, irá evitar e informar os trabalhadores das possibilidades e das consequências de uma má gestão.

Afinal, boa parte das pessoas que contraem dívidas tem como motivo eventualidades, mas muitas ainda se endividam por falta de informação e por não saberem gerenciar bem suas próprias finanças.

Portanto, é um investimento com retorno quase que imediato e que tranquiliza a empresa no longo prazo.

Outra ideia interessante e sem dúvida dependente da primeira, é a oferta de crédito privado com desconto direto na folha de pagamento.

Para isso, será preciso fazer uma pesquisa minuciosa a procura de uma empresa que ofereça uma taxa de juros aceitável e prazo para pagamento.

Essa opção pode parecer pouco intuitiva, afinal fazer mais dívida para se livrar de outra torna o problema ainda maior, mas devemos olhar por um outro ponto de vista:

Os créditos com desconto em folha, conhecidos como consignado, possuem taxas de juros bem menores que da maioria das dívidas contraídas pelos colaboradores.

Sendo assim, é possível substituir um débito alto com taxas altas e que aumenta cada dia mais, por outro com taxas menores e um prazo mais esticado.

Devo ressaltar, que para tirar essa ideia do papel é imprescindível que tenha como pré-requisito um sistema de educação financeira já aplicado na empresa. Assim, você evita que o prejuízo se torne ainda maior.

Podemos concluir que os colaboradores que possuem uma vida financeira mais tranquila e organizada conseguem desempenhar suas funções de forma bem mais eficiente e produtiva para a empresa.

E para isso, muitas vezes será necessário por parte do empregador uma sensibilidade maior para notar e ajudar a solucionar o problema.

Por fim, espero que eu tenha te ajudado a entender um pouco melhor sobre os efeitos do endividamento de colaboradores na performance da empresa e proporcionado insights que poderão ser aplicados na sua gestão.